Árbitro auxiliar diz que deixou de ser escalado após assumir ser gay: 'Estou passando necessidade'

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O árbitro assistente John Andson Alves Ribeiro afirmou em entrevista a “Rádio Jornal”, de Pernambuco, que não consegue mais trabalhar com o futebol – sua única fonte de sustento – desde que se assumiu homossexual. O profissional relatou que, inclusive, já foi ameaçado por um membro daComissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF).

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    O auxiliar, popularmente chamado de “bandeirinha”, afirmou ainda que está passando necessidade por não ter renda, já que os profissionais recebem por jogos trabalhados.

    -Eu estou passando necessidade. Mas essa necessidade que estou passando hoje… Eu sei que Deus vai me abençoar. Hoje eu só tenho a arbitragem para dar o meus sustento. Minha mãe é dona de casa. Meu padrasto é caminhoneiro, às vezes não pega frete, às vezes pega, e assim a gente vai se virando – disse John Adson.

    O auxiliar disse ainda que sustenta essa situação há dois anos e fez uma denúncia de uma suposta ameaça que ele teria recebido.

    -Eu segurei esses dois anos de uma forma muito dolorida. Teve presidente da CEAF que disse para mim: ‘cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro’. Eu disse: ‘Como é a história?’, ‘É isso mesmo. Cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro’. Eu nunca postei uma foto beijando meu companheiro. E se postasse, que mal há? – relatou.

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    Presente na conversa, opresidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, se disse surpreso com a denúncia e disse que lamenta a situação.

    -É um ambiente de disputas desiguais, de egoísmo total. Esse desabafo que John fez, poucos têm coragem. Existe, de fato, um preconceito, é um assunto que precisa ser debatido e combatido. Alguns presidentes de comissões estaduais agem dessa maneira, eles não vem a público dizer nada mas cometem retaliações tirando o profissional que é um prestador de serviço, como eu costumo dizer: ceifando sonhos. Eu lamento – completou.

    Questionado sobre alguma medida da ANAF, Salmo afirmou que oferece ajuda a quem procura a associação.

    – Para qualquer pessoa que me procura, eu tento disponibilizar recursos ou meios para que o árbitro possa suprir a necessidade momentânea – disse.

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